Hoje sabia-me bem ouvir o mar e esquecer os ruídos irritantes da vida. Por isso evoco este poema que há tempos ouvi:
Bate infindo o mar
A espuma lambe
as rochas pejadas de conchas
o cabelo das águas mansas
enreda-se nos charcos
labiríntico
Notas distantes de um mundo
revestido de ouro e fogo
vozes de seres
mágicos e ausentes
E sobe em espiral
roçando-me a pele
erguendo-se em mim
a sede de outras águas
bebidas por entre dentes finos e brancos
Lá longe
na curva infinita do mar
respira e arfa o peito
enquanto se solta a doce melopeia
da tua voz presente em mim.
Manuel Guimarães (2004)
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