quarta-feira, maio 18, 2005

Fumo

Há quase um ano, como a lembrar aos presumíveis ídolos que eles só o são depois da prova final, foi escrito este singelo poema. Agora julgo-o oportuno para encerrar esta caminhada do Sporting:



Douraram-te a fronte antes do combate
Teceram-te loas infindáveis
Coroaram-te de uma glória certa

Mas faltou-te o sonho mesquinho do esforço
O suor e a humildade de construíres
Aquilo que te dizes valer
no palco
Real e verde.

E ficaste do outro lado da história
agarrado a velhos mitos
Gastos como o holograma
De um sucesso que foi flor e nunca fruto.


Agora, estás aí
Voltado para a tua insignificância
Assobiando distraído e para o lado
Como se nada te fosse
Exigido

Mas não!
Essa foi a tua hora,
Esse foi o teu ensejo
De passares para além
da medíocre feira de vaidades que te enredam.

Por isso, dignamente
Sai de cena,
Poupa-nos dessas intermináveis lástimas
do destino português

Porque português é muito mais que ficar amarrado
A jactâncias e inúteis prosápias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Palavras para quê?!!!

O poema diz tudo...

Pedro P.L.