Porque ainda se ouve a multissecular voz dos eidos e povos, porque um sangue comum nos corre nas veias e uma voz reconhecida nos soa familair, por tudo isso importa a solidariedade com Galiza. Nesse sentido, tornar público e denunciar qualquer tentame de repressão castelhanista além Minho é um obrigação.
«Faro de Vigo exclue a língua galega
Redacçom - 05-05-2005
O diário decano da imprensa publicada na Galiza sostém umha aposta firme polo emprego da língua
espanhola e a folclorizaçom e minimizaçom do espaço dedicado ao galego. Editado por primeira vez em
1853, Faro de Vigo exprimia os interesses dumha emergente burguesia localizada na comarca de Vigo e
afirmava-se já na altura na ideia de “coadyuvar a los interesses de Galicia”. Segundo diário mais lido na
Galiza e muito extendido nas comarcas da provincia de Ponte Vedra, onde reune o grosso dos 287.000
leitoras e leitores diários que lhe atribue a Encuesta General de Medios (EGM) em Março de 2005, Faro de
Vigo é no entanto um diário radicalmente reácio ao galego, língua de uso habitual dum grande número das
pessoas que o mercam e som leitoras habituais.Assim, a língua nacional aparece relegada a algumha
ciscada Carta al Director e às páginas de Cultura do jornal, enquanto a prática totalidade do diário é couto
exclusivo do espanhol. O jornal que em 1986 passava a fazer parte do grupo de comunicaçom Editorial
Prensa Ibérica, integrado por 14 cabeçalhos jornalísticos, teima aliás na prática de traduzir para o
castelhano qualquer entrevista realizada em galego, desrespeitando deste modo mesmo os mais
elementares e formais direitos lingüísticos das pessoas galego-falantes, apesar de declarar-se
formalmente favorável ao “máximo compromisso com o território no que se publica”.Nova ediçom digital em espanhol1999 era o ano no que o diário viguês dava o salto a Internet. Sete anos depois, Faro de Vigo anova o seu sítio web, mas as mudanças apenas afectam a aspectos técnicos de navegaçom e à possibilidade anunciada de que o diário de Prensa Ibérica ofereza informaçom actualizada no próprio dia.
A língua do País continua a ser marginada e relegada a usos litúrgicos e secundários. Assinalar como evidência do afirmado que, apesar de o diário viguês aderir à retórica lingüicida do bilingüísmo harmónico, o galego nom existe sequer como “opçom”, mas é suprimido também agora na Internet.Os interesses económicos e políticos que se movem detrás do jornal viguês definem sem dúvida algumha a sua escolha identitária. Com conhecidas prumas representativas do antinacionalismo na sua nómina jornalística, como Xavier Vence, Alberto Otero, Fernando Gallego ou Javier Sánchez de Dios, Faro de Vigo é o porta-voz oficioso do Grupo PSA Citröen ao que se vincula economicamente e dos sectores socialmente mais regressivos da cidade de Vigo e das comarcas de Ponte Vedra, O Morraço, O Deça, Taveirós, Caldas, O Condado ou A Paradanta. Aliás, o diário potencializa a sua presença e influência sociais através do Club Faro de Vigo, um foro de opiniom formalmente plural, mas vinculado a importantes grupos económicos, políticos e mediáticos, desde onde o jornal decano na Galiza promove líderes de opiniom, impulsiona umha defesa encerrada da ideologia das grandes obras públicas como prova de todo progresso, defende o actual quadro constitucional e silencia nas suas páginas quaisquer vozes dissidentes e opostas à democracia e o progresso do Pensamento Único.»
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