terça-feira, maio 31, 2005

Labirinto




A mãe trazia os dois filhos pela mão
chegou até à borda da seara
num instante deixou-os


Partiu depois
Desaparecendo na distância
E os pequenos ficaram ali

Uma brisa fagueira batia as espigas
e ondas corriam
a vastidão da messe

Num impulso repentino
Os pequenos irromperam em correria
por entre as espigas
Que amadureciam ao sol

E esculpiram na mancha verde-cinza
Um rasto labiríntico
Com o emaranhado dos passos
Pequenos e leves.

Enquanto no ar
Dois corvos atentos volteavam
E furtivamente
Mediam a dimensão
Da façanha
Dos novos ícaros.
M.Guimarães (2005)

1 comentário:

Unknown disse...

a vida é cheia de labirintos...há que aprender a divertimo-nos neles.