sábado, maio 21, 2005
Lago
Chegaste ao lago
E foste colher nas margens uma flor
Mas não há um nome para essa flor.
Tiraste o chapéu e colocaste a flor
A flor transformou o chapéu,
O chapéu ganhou o cheiro e a cor
Ganhou a graça da flor.
Miraste o teu rosto
na face da água tranquila
acariciaste as madeixas soltas.
Depois atiraste uma pedra
no corpo do lago.
Logo ondas e ondas
concêntricas
se formaram
à volta da pedra
no meio do lago.
O rosto que bailava na água
tornou-se o rosto marcado
pelas ondas do tempo.
M. Guimarães (1982)
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