terça-feira, maio 10, 2005
Apelo
Promontório de Sagres, by IPPAR
Chegados ao fim da estrada
Estávamos cobertos pela poeira e pela fadiga
Não havia nada em volta
senão o latir de um grupo de cães
Altivos e ameaçadores
Nós, de mão dada,
Cruzamos olhares e pensamos
- Não são estes os nossos medos...
Seguimos ainda um pouco mais,
adiante era a falésia que se despenhava no tempo
Temos de saltar, temos de ir mais além!.
Aaaa...lém!
Que importa que este chão sólido e perfeito se dissipe
Que importa que tudo se torne névoa
barulho de mar e força cega do abismo
Vamos.
O que depois nos aguarda é mais do que uma certeza
é a alternativa a ficar duros e inertes
como as rochas que seguram esta falésia
Vamos,
só assim poderemos
vencer a distância
que teima em dividir-nos a meio.
Vamos,
mesmo que nossos corpos
Se estranhem,
Uma força imensa nos une
E nos impele a avançar.
M. Guimarães
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7 comentários:
Hoje estou sensível. E este texto fez-me chorar por uma qualquer razão que não consigo identificar.
Nem preciso de identificar, não é?
Beijinho *
Sim, Cakau, sublimar o que sentimos em sinais exteriores e físicos, pode fazer-nos muito bem. Ou então, como o meu «irmão» G., que tentou pela palavra, o escape que tinha ao seu alcance.
Beijinho. Volta sempre.
Obrigada eu, pelo acolhimento, sempre simpático.
Como poderia não voltar? *
"...Que importa que este chão sólido e perfeito se dissipe
Que importa que tudo se torne névoa
barulho de mar e força cega do abismo..."
Um poema belo, que me fez arrepiar..
Abraço ;-)
Mais uma vez, o professor surprende-me!!! Era este poema que me faltava ler, para ganhar ainda mais força e coragem para enfrentar tudo e todos!!! A uma escassa semana dos exames ler este seu poema faz-me ganhar um novo ânimo e confiança!!!
Um abraço..
Pedro - P.L.
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