segunda-feira, março 07, 2005

O intrigrante parricídio do PP

Sintomas graves estão a ser revelados pelos dirigentes actuais do PP. A morte do pai fundador, revelada no gesto simples da retirada do retrato do seu lugar na galeria dos fundadores, poderá suscitar um estudo de psicanálise interessante. Porém, como não é uma área do saber que domine, a minha reflexão irá noutro sentido. Assim, farei uma breve referência a alguns actos ainda frescos na memória:
Freitas fundou o partido e depois saiu; Lucas Pires presidiu-lhe, mas acabou por concorrer e enfileirar-se nas hostes dos eternos rivais (PPD-PSD). Manuel Monteiro desiludido e zangado, abandonando, num acesso de raiva, fundou um partidelho.
Algo de anormal se passa? Ou será apenas a constatação de que a direita portuguesa afinal já tem o seu partido, populista quanto baste? O PPD-PSD, por mais que puxe para o centro, não deixa de catalisar as forças vivas da direita. É nele que se revém os conservadores, os nostálgicos do «antes», e naturalmente os neo-liberais. Por isso, não estranhem que daqui a alguns anos, enquanto amadurece a metamorfose, Paulo Portas esteja a concorrer pelo PSD a alguns dos cargos apetecíveis no cenário político português e europeu. Só que aí assisitir a novas surpresas: o nascimento de novos Sócrates nas fileiras de um partido que diz ser social democrata, mas que se senta ao lado dos partidos da direita no Parlamento Europeu; e que por isso mesmo rumam, na sua evolução, mais para a esquerda.
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