sábado, julho 02, 2005
Penso...
Há momentos na vida que é necessário parar. Deixar que a poeira assente. Depois, tendo as ideias no lugar, dizer o que a mente pensou, se alguma coisa tem a dizer.
É isso mesmo que tenho de fazer face às surpreendentes medidas que nos couberam, enquanto professores, no imperioso sacrifício do combate ao défice.
Se por um lado a lógica corporativa me impõe a revolta; por outro lado, sei que não sou ilha e que o meu bem pessoal não pode ser realizado à custa dos outros.
Assim sendo, espero que o governo não desperdice em «show off» os tostões que quer poupar, nem se esqueça na ânsia de retirar direitos adquiridos que a batalha mais importante a travar é a de criar condições para o crescimento económico.
E acerca disso, muito pouco tenho ouvido falar. Se as finanças são mais importantes do que a economia, pode começar já hoje mesmo a poupar o Primeiro Ministro: despeça o ministro da economia e baixará já nuns milhões de euros a despesa pública.
Afinal que grandes medidas têm sido tomadas para aumentar a competitividade das nossas empresas? Que sector económico foi restaurado? Que nova dinâmica se empreendeu para fugir ao grande marasmo que se abate sobre todos nós?
Coisas óbvias como o gasóleo profissional, energia a custos controlados para a indústria, crédito facilitado para a abertura de novas empresas...Disso ninguém fala, depois espantamo-nos com o êxito dos chineses e o dos nossos «hermanos» espanhóis...
Para gerir o pouco que se tem não é preciso ser economista, qualquer dona de casa eficiente do tempo da velha senhora fá-lo-ia sem pestanejar. Mas para criar riqueza, criar uma dinâmica ganhadora para isso é preciso muito mais do que contas afinadinhas (como quem diz, pelos vistos nem aí...).
Espero para ver. Pode ser que depois do quente verão e após uns mergulhos retemperadores apareça alguma ideia luminosa. Até lá, fico naquela pose que Auguste Rodin genialmente esculpiu: penso, medito, espero.
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1 comentário:
Eu se calhar iria mais longe: que tal, retirar os carros que lhes são atribuídos com motorista, ao fim de semana e eles passarem a utilizar, como qualquer cidadão, os automóveis pessoais? Passarem a pagar gasolina do seu próprio bolso e conduzirem sem mordomias! Porque hão-de ser eles diferentes, que qualquer outro cidadão que trabalhe? Mesmo que tenham veículos da empresa, ao fim de semana, encostam às "boxes", e levam os meninos ao Centro Comercial, no carrito do Papá ou da mamã... porque haveremos todos nós, de pagar essas mordomias? Eles já não recebem ajudas de custo, que cheguem??
E, assim, poupava-se uns milhares, acreditem...
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