Choro por ti
a paz podre
caída em desgraça nas repartições
das secretarias de embaixadas
nos areópagos do mundo
Ferida nas palavras duras
como punhais que rasgam a carne
jovem dos crentes
que se imolam em ondas de ódio
servil cego desumano
Choro por ti
paz adiada
em tempos duros
em que o negro da morte
tolhe o passo
indefeso dos que se sonham livres
Choro por ti paz
vendida sob a mira certeira
das armas tintas de sangue vivo
Choro por ti
paz traída nos gestos diários
da nossa ostentação
da nossa arrogância
Choro por aqueles que perderam
o direito de escolher o caminho de amanhã
e que nunca mais
verão a dança dos pássaros
nem o brotar de nenúfares
das imundas lamas.
M.Guimarães (2005/07/07)
3 comentários:
só kd perdemos alguma koisa é que lhe damos valor....e esta é uma delas que dificilmente voltaremos a recuperar...não a perdemos..matamo-la para sempre..bj..muito bonito o poema
Choro também.
Ontem não houve sol. Envergonhado pelo radicalismo absurdo, ficou mudo e se escondeu por trás do orvalho denso e uma chuva miudinha, constante e fina, dos seus olhos brotou... Muito belo e sentido o teu poema marcando um dia muito triste para a Humanidade. Bjos
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