terça-feira, julho 05, 2005

Mestre Caeiro


Neiva Molossi Passuello, Pastor e rebanho


Mestre
Empresta-me o teu cajado
E deixa-me
Espalhar as minhas ideias
Pela encosta verde

Mestre
Deixa-me seguir
Esse impulso de apenas poisar o olhar
Límpido e sereno
Na doçura
Do verde dos pastos
E nas multicolores pétalas
Iluminadas do sol

Mestre
Os chocalhos já soam
Na minha cabeça
E as ovelhinhas brancas
Saltitam divertidas
Por cima das complicadas
Problemáticas deste inferno
Na minha mente

Mestre
Com o teu chapéu de palha
Sentado à sombra de um freixo
Alinho as minhas ideias
Sobre o fundo verde
Enquanto o sussurro suave da brisa
Me refresca a fronte.

Mestre
Deixa-me refazer este mundo
E torná-lo simples
Como as cores simples do prado

Por que pisar as flores
Rasgar o bosque
Prender a água
Calar o pássaro
Se precisamos apenas
Encontrar o modo simples
De nos sentirmos
Flor bosque fonte e ave.
M.Guimarães(2005)

5 comentários:

Unknown disse...

Magnífico, adorei este sim é um poema com um sentimento profundo, eu sabia que irias escrever coisas lindas os meus parabéns,
Beijinho

R. disse...

fantástico!

quanto aquela coisa dos homens perfeitos... de facto nao está 100% justa... conheço um que nao é assim: o meu irmão :) e portanto acrdito que haja mais homens perfeitos [e se não há, tornam-se aos olhos de quem ama!]

um beijo *

Maria Manuel disse...

Talvez o problema seja que as lições mais simples são as mais difíceis de aprender... ou talvez não... :)
Esquece o rebanho e sente a verdade no verde do teu Minho!

Anónimo disse...

Sem dúvidas um texto de uma profundidade e riqueza indescritíveis.
Parabéns!
Que tu possas sentir-se sempre
"Flor bosque fonte e ave"
Um forte abraço!

Anónimo disse...

adorei ver o teu poema ,lindo ! nada poderia ilustrar melhor ,esta tela que pintei com tanto carinho e que você me prestigiou colocando-a em tua poesia .

cordiais saudações

Neiva Molossi Passuello