segunda-feira, junho 13, 2005

Até amanhã, camarada



Até amanhã Camarada.
Um dia
Ainda havemos de chegar
À Estrada Grande
E ao olharmos para trás
veremos que todos virão
mais irmãos e mais livres.

11 comentários:

unknown disse...

é bom ainda sonhar que um dia todos irão correr para onde vão todos..para a liberdade...é tão distante de nós...parece tão irreal

Menina Marota disse...

Até Amanhã, Álvaro Cunhal.

AlmaAzul disse...

...um sorriso crente.

Anónimo disse...

Esta adoração Cunhalista é típica das esquerdas. A mesma personagem, se colocada do outro lado do espectro político, seria um fascista, um ser desprezável, torcionário, assassino e não sei mais o quê.

Confesso que não tenho qualquer respeito por Cunhal, e muito menos na hora da morte, contrariando o bom hábito português de nunca dizer mal de quem morre. Se Cunhal tivesse mandado, concerteza a minha juventude seria passada num sucedâneo de Kholkoze, de farda, a trabalhar para o povo! Não poderia ter opinião contra a do Partido, se a tivesse malharia com os ossos no cafre, e o cartão do Partido seria indispensável para tudo na vida. Cunhal não passa/passou de um candidato a ditadorzeco de esquerda, a quem a suposta inteligência não desculpa, antes pelo contrário agrava, a tentativa de aprisionar nas teias imundas do comunismo um pequeno país à beira mar plantado.
Cunhal foi uma desgraça para o país. A luta antifascismo não foi mais do que uma luta para estabelecer uma ditadura de sinal contrário. O resto é cantiga da esquerda!!!
Cunhal, não te vou sentir a falta! Que tenhas, apesar disso, o descanso crsitão que a todos querias negar!!!

Manuel disse...

Há um esclarecimento que devo fazer: não sou comunista, nunca o fui, mas isso não me impede de fazer a minha avaliação das pessoas. Se reconheço valor em D.João II, Marquês de Pombal, em Fontes Pereira de Melo, em Pina Manique, Fernando Pessoa em António Ferro e muitos outros, também o posso fazer sobre a vida e as intenções de Álvaro Cunhal. Não concordo com o projecto que este tinha para Portugal (em 1974/75), mas isso não me inibe de reconhecer a grandeza do Homem que trocou o seu bem-estar pessoal por causas e ideais que julgava serem os mais justos para a Humanidade. Por isso a minha homenagem ao lutador anti-fascista ao artista plástico de valor e ao romancista que só agora começou a ser apreciado. E estes méritos só almas tacanhas e míopes negarão a Cunhal.

Anónimo disse...

Pois é, caro Manuel,

Não gostamos do argumento e chamamos tacanho e míope a quem o apresenta. Podia devolver a classificação, mas não o faço por uma questão de honestidade intelectual. Deixo, antes disso, que quem nos ler avalie por si próprio.
É notável que se louve a luta pelos ideiais quando esses ideiais representariam, no nosso caso, milhões de vidas prejudicadas, ou no caso do paraíso Cunhalista soviético, milhões de mortos, milhões de presos, sofrimento indízivel. Não sou capaz de louvar tal gente, tais ideiais, ou olhar para a beleza plástica das criações de tal personagem. A arte permite o escape da realidade, caro Manuel, mas um escape a tal realidade, se bem que compreenda a dificuldade de se lidar com ela, tal o grau de horror que encerra, pode ser classificado como quê? Talvez pior que miopia, caro Manuel...

Hitler também tinha os seus ideais e até morreu por eles. Isso torna-o um personagem merecedor de admiração? Um exemplo muito mais comezinho é o da forma como as esquerdas vêm a arte de uma Leni Riefenshtal, apesar do seu inquestionável mérito cinematográfico, mas o estigma nazi...
Por isso, só não percebo a duplicidade, caro Manuel. Nazismo é nazismo, estalinismo é estalisnismo. Ambos me enojam. Cunhal era um acérrimo estalinista. Isso basta para o considerar alguém muito pouco recomendável. Será miopia? Eu acho que não.

Manuel disse...

Caro Rui Ribeiro, não é minha intenção alimentar polémicas com ninguém: reconheço que as ideologias estabelecem fronteiras que são intrasponíveis. Os argumentos que use e os que eu usasse nunca seriam de todo aceitáveis para ambas as partes. Assim sendo, resta-me agradecer-lhe o trabalho que teve em voltar a este espaço.

Anónimo disse...

Comparar Hitler com Álvaro Cunhal é de profundo mau gosto e de uma enorme incoerência histórica, Hitler lutou contra a liberdade, prendendo, matando. Álvaro Cunhal lutou pela liberdade, foi preso, torturado. Não confunda estalinismo com comunismo, a orientação de Álvaro Cunhal era o marxismo-leninismo e não o estalinismo, ele moldou um partido marxista-leninista e não um partido estalinista. O odio irreflectido que tem pela personagem histórica de Álvaro Cunhal é um mal da direita portuguesa, uma direita conservadora, que nunca respeitou verdadeiramente a esquerda, que critica as ideologias dos outros mas ninguém consegue realmente perceber a sua ideologia, uma direita excessivamente religiosa, dogmática e populista, onde é que na história já se viu isto? Enfim, não conseguirá danificar a imagem de Álvaro Cunhal, um lutador, um exemplo para esta nova vaga de jovens que irão mudar alguma coisa nesta sociedade. Álvaro Cunhal lutou toda a vida para conquistar a mente das pessoas, acordar as pessoas para o comunismo, algumas foram acordadas outras não, por causa da sua preseverança, da confiança inabalavel nas suas ideologias conseguiu o que não queria, consquistar-lhes o coração.

Anónimo disse...

o post anterior é dirigido a rui ribeiro.

Anónimo disse...

Caro Manuel,

O primeiro impulso foi o de não responder, manifesta que foi a sua vontade de não continuar a discussão. O espaço é seu e não tenho por hábito invadir o espaço de outrem.

E contudo achei que devia responder de novo, porque não podia deixar que a ausência de resposta fosse entendida como um assentimento a uma das coisas que escreveu: a de que a ideologia cria barreiras intransponíveis. Desculpe, mas neste caso só pode falar por si. Porque uma morte é morte, a tortura é tortura, ainda que o algoz seja um consumado esteta, de direita ou de esquerda. Agora se o assassino é de direita ou de esquerda, não deixa de ser assassino.
A minha inclinação ideológica não me coloca palas que impeçam, por exemplo, de ver que entre Pinochet e Estaline há apenas uma diferença de escala (embora o factor multiplicativo seja muito grande!).
Constato pela sua afirmação e pelo post, que não pode dizer o mesmo. Como disse antes, lamento que talvez o maior legado do sec. XX e do inicio do Sec. XXI, o do supremo valor da liberdade e dos direitos humanos custe tanto a ser interiorizado pela esquerda, face à mirífica visão da utopia igualitária. Mas o problema é da esquerda e não meu.

Peço desculpa pela invasão do seu espaço. Não o voltarei a incomodar com as minhas reflexões e a perturbar o remanso tranquilo da sua adoração pela estética cunhalista.

Manuel disse...

O que disse sobre barreiras intransponíveis mantém-se. Como disse, anteriormente o facto de não concordar com ideias que um homem tem nem sobre estratégias de consumar ou consubstanciar essas ideias, não me impede de apreciar a dimensão da sua Humanidade em actos concretos, dele e não dos outros que porventura lhe possam ser associados - Lenine,Estaline...
Camões, ao defender a Guerra Santa, não me impede de lhe reconhecer o seu Humanismo e a dimensão estética da sua criação. É só nessa perspectiva. E se pensa que com isso estou a passar a esponja sobre os crimes e atrocidades que são assacados as muitos dos «figurões» da história recente (Hitler, Estaline, Mao, Fidel,Truman, Bush, Pinochet...), engana-se.
Já agora que crimes contra a Humanidade foram cometidos pela pessoa em causa? Desconheço de todo, mas conheço muitos dos que foram cometidos sobre aqueles que seguiam e militavam com Cunhal.