segunda-feira, junho 13, 2005

Atlântida




Olho em frente
e vejo a largueza do horizonte
e apronto o barco

Depois com a firmeza
de saber que há uma distância
longa que é preciso encurtar
digo à tripulação:

- Mãos à vela,
força no leme,
sorvei o vento
e temperados pelo sal
da espuma das ondas
e batidos por um sol brilhante e vivo
alcançareis as ilhas
de praias brancas
e águas límpidas.

Lá não se crestará a pele
nem se perderá
o intenso aroma
dos frutos.

Lá as estrelas
serão mais vivas
e o azul do céu mais fundo
e os corpos renascerão
em cada gesto de amor

E os lábios rosados
serão mais doces
e entoarão a melopeia
suave do gozo e do prazer
misturado com o bater
ritmado das ondas.

Por isso
eu, marinheiro,
subi a bordo
e traçada a rota
zarpei rumo
a ti.

M.Guimarães (2005)

1 comentário:

Anónimo disse...

Desnecessárias serão minhas palavras de elogios a tão encantador texto.
Sabes como ninguém o quanto teus escritos encantam, emocionam e envolvem a todos aqueles que apreciam a boa literatura.
A prova disto são os comentários que aqui deixam alguns dos muitos que visitam este espaço.
Mas quero aqui falar-te do quanto emocionei-me ao ler tão profundo, belo e envolvente poema.
É como se cada palavra se transformasse em sentimento real e palpável. É como se pudéssemos ver, viver e sentir tudo, tamanha é a magia das tuas palavras.
Abraço!