Há omissões que não têm desculpa.
Hoje decorreu mais uma greve de professores.
E sinto-me como Álvaro de Campos depois de se deixar atirar para dentro duma fornalha.
Estou duplamente derrotado. Por ter-me escondido atrás de desculpas imensas para a não fazer, por não ter respeitado o esforço dos colegas de trabalho, que apesar de tudo não desmobilizaram. Por eles sinto-me envergonhado.
Hoje aceitei que estava vencido antes da refrega. Permiti que, em vez de professor com a dignidade da sua missão, me «funcionarizassem», que me gravassem na mente a minha condição de escravo.
Acedi em aceitar a humilhação de ter daqui a alguns anos de me arrastar sem proveito de ninguém pelas salas de aula, quando nem as forças nem a imaginação me deixarem fazer o que é necessário.
Por tudo isto, aqui deixo este sentido pedido de desculpas.
5 comentários:
Olá Manuel. Ao apresentares este texto já és de louvar. Nem todos têm a coragem que estás a ter. Um bjo com carinho e amizade
Olá,
De qualquer maneira, teve esta
atitude corajosa e altruísta de assumir os seus actos e ideias.
Os colegas devem sentir-se orgulhosos de privarem consigo.
Não se vê todos os dias...
Bom fim de semanaa
MUITO BEM!!!
Manuel:
Gosto do texto e da atitude.
Bento
Manel, os homens medem-se pelas atitudes e o teu pedido de desculpas é simpático mas eu acho que deverias pedir desculpa a ti mesmo por não teres tido vontade de lutar pelos teus direitos que já adquiriste nestes muitos anos de andanças, porque te acomodaste a uma mudança das regras do jogo a meio deste jogo. De qualquer forma, beijo, Manuel.
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