sexta-feira, novembro 11, 2005

A propósito dos acontecimentos em França

Ando há uns dias para me pronunciar sobre os acontecimentos que se têm vivido em França.
Por um lado vejo aquele amontoado de sucata queimada, os sinais de uma orgia de fogo, por outro não deixo de pensar no que está ali. E penso «ali», parece distante...Mas, nas nossas Zonas J de Lisboa e arredores, nos nossos bairros suburbanos do Porto, de Braga, de Guimarães e até de pequenas vilas com seus bairros sociais. Também aqui a iminência de qualquer coisa de violento se esboça, cresce, quase se impõe no seu cruel acontecer.
Depois penso, ainda, onde é que falhamos? Não foi criado um sistema «dito» democrático, integrador, que deminuisse as diferenças, as injustiças?
Agora, sobre os agregados familiares de parcos recursos a ameaça do desemprego, ou o emprego desumanizador deixarão sequelas profundas neste tecido social tão diferenciado, apesar dos esforços da República.
O que me intriga em situações de vandalismo, de agitação social é não saber qual o elo de ligação entre os jovens e suas famílias. Que configuração têm as famílias nas cidades que cresceram à sombra dos novos tempos (dos anos sessenta até hoje)?
A quem prestam contas os rapazes e raparigas quando saem de casa? Ou, simplesmente, já não prestam contas?
Uma dificuldade se me impõe e que julgo de muito difícil ultrapassagem: se as famílias carenciadas e que se habituaram à prestação subsidiária estatal, terão conhecimento de que se esse sistema falir, voltarão ao tempo do «quem tem unhas toca viola»? e de que a solidariedade será a lei da selva?
Reflectirão alguns, pelo menos uns segundos, sobre as consequências de falir um Estado Social?
O Estado Social gerou-se graças ao contributo da filantropia humanitarista, se este falhar teremos de voltar a que ponto?
Não será tempo de, em vez de exigir direitos, começarem todos a pensar igualmente nos deveres?
Se esta é a casa comum de todos os homens, já é bem tempo de se pensarem soluções adequadas que não atenuem o problema, mas que contribuem para a sua solução.

4 comentários:

Luís Monteiro da Cunha disse...

Olho as imagens na TV e vejo gente tresloucada, cansada do seu viver mediúnico. No entanto, ripostam com as dificuldades que toda a gente enfrenta: falta de oportunidades. Na minha modesta visão das coisas, apenas digo que quando a mente adormece e ociosa, não busca meios altruístas de se cultivar, podem chover oportunidades a toda a hora, porque esta apenas abrirá o guarda-chuva, aguardando incólume essa passagem. Bom fim de semana Manuel

Anónimo disse...

É difícil explicar e perceber a motivação daqueles grupos de vândalos que aterrorizaram a França, considerando esse país como um dos mais socialistas da Europa.
A questão fundamental e que está a escapar-nos é que o grupo de vândalos que aterrorizou a França faz parte do conjunto de imigrantes, sobretudo muçulmanos e africanos, que não se integrou na sociedade francesa (e em geral na europeia) porque não se quis integrar. Exigiram e exigem que a sociedade francesa (e aqui podemos considerar também a sociedade ocidental) se adapte às necessidades, aos hábitos e cultura deles. Enquanto que nós europeus se formos viajar para os países desses imigrantes somos obrigados a respeitar os usos e costumes desses povos, e sendo assim porque é que eles não respeitam os nossos costumes?
Pessoalmente, considero que a França lidou com estes confrontos de uma forma muito branda, porque as autoridades não estavam a lidar com manifestantes mas com criminosos e quiçá, com terroristas.
Chegou o momento de a Europa tomar uma política firme e expulsar do espaço europeu estes criminosos de forma a servir de exemplo aos demais, porque esses vândalos só prejudicam a vida de muçulmanos e imigrantes africanos que trabalham e desejam fazer a sua vida no espaço europeu, e esses são benvindos e devem sim ser apoiados.
A questão em França não é social, porque apoio social já esses criminosos têm e bastante, o problema são todos aqueles que não quiseram integrar-se na sociedade francesa, e em geral, na sociedade europeia.

Anónimo disse...

Concordo contigo Manuel mas também é preciso que se diga sem medos que o Estado tem culpa q.b. nesta situação (o Francês, por agora, daqui a nada, o de Portugal)pois se, em vez de fazer viver as pessoas na subsidiodependência, usasse esse dinheiro para investimentos a nível da formação e do emprego, muita "guerra" se evitaria pois numa sociedade todos temos o nosso papel a desempenhar. Se em vez da "caridadezinha" fizemos investimentos sérios, bem calculados, com objectivos, nada disto aconteceria certamente. Beijo

Anónimo disse...

O estado tem culpa? mas Roby és parvo ou que???

É obvio que este problema tem a ver com uma diferença cultural e étnica.
Os muçulmanos não gostam da cultura europeia e como tal só podia acontecer isto.
O multiculturalismo é uma utopia. Já temos exemplos que cheguem em França, Bélgica, Suécia e até em Lisboa.

É preferivel uma França Francesa, uma Suécia Sueca do que uma França miscigenada sem Franceses ou uma Suécia miscigenada sem Suecos.
Para países mistura ja temos Brasil, Estados Unidos e Canadá. Não vamos agora estar a alastrar a mistura a todo o lado e estar a destruir os povos nativos europeus e as suas culturas.


"Chegou o momento de a Europa tomar uma política firme e expulsar do espaço europeu estes criminosos de forma a servir de exemplo aos demais, porque esses vândalos só prejudicam a vida de muçulmanos e imigrantes africanos que trabalham e desejam fazer a sua vida no espaço europeu, e esses são benvindos e devem sim ser apoiados.
A questão em França não é social, porque apoio social já esses criminosos têm e bastante, o problema são todos aqueles que não quiseram integrar-se na sociedade francesa, e em geral, na sociedade europeia."

completamente de acordo