terça-feira, agosto 30, 2005

Final de Verão

O que dizer
quando se regressa aos espaços
de sempre
viciados de nós
pisados da nossa presença

e sabemos que da ausência
nada de novo brotou do solo exausto
que na penumbra de árvores transidas
de folhas enroladas
a aragem sopra ainda asperamente seca
e tudo se abate numa calmaria entediante.

Enquanto nas entrelinhas dos bizarros boletins
a sede se agiganta
e os pássaros doentes estilhaçam
os céus com gritos febris como pedras

Eu recolhido na sombra de gestos defensivos
aguardo que a amenidade doce da brisa
suavize o ar
tempere o sol ardente
e adoce os figos
hirtos e verdes
e os cachos enloureçam
de doce mosto.
Manuel Guimarães (2005)

3 comentários:

Anónimo disse...

Tambem estou à espera que o Outono chegue, apague os incêndios, regue as plantas e encha as barragens. Estou á espera da agua, do tempo fresco, dos agasalhos, da lareira...

Anónimo disse...

Também estou à espera do Outono, não porque me agrade mas porque é inevitável. Prefiro o sol dourado que ilumina a minha alma... Lindo poema, como aliás,se espera de ti. Beijo. Roby

Anónimo disse...

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