terça-feira, abril 18, 2006

Desperdício

Muito recentemente utilizei três pequenas auto-estradas no Entre-Douro-e-Minho (Braga- Guimarães, Braga- Esposende; Guimarães-Vila Pouca). Não há dúvida de que é muito agradável circular por vias amplas, com boas vistas, sossegadamente, sem ter de enfrentar os cruzamentos fatais, as paragens súbitas, as aborrecidas filas.
Mas depois observei que nos momentos em que circulava nessas vias, e não era fora de horas, o trânsito era mínimo. Foi então que eu pensei, quando é que serão rentabilizados estes investimentos, mesmo considerando as exorbitâncias das portagens a pagar? Para quando o retorno. Penso mesmo, será que os utentes chegarão a pagar a necessária manutenção?
Começo a considerar que estas coisas de auto-estradas a metro são como os velhos palacetes do século XVIII, com ricas cantarias por fora, mas inóspitos e pouco práticos e desconfortáveis para quem lá vivesse. A megalomania portuguesíssima não se esgota mais!
São tão triviais as nossas necessidades e temos um sentido tão pouco prático de encaramos as coisas.
Voltando às auto-estradas, deixo um alerta, antes que nos venham com mais alguma que ligue Alguidares de Baixo a Carcanhões de Cima: melhorem as estradas nacionais, tornem-nas mais eficazes, resolvam e ultrapassem os pontos negros e teremos vias necessárias e usadas!
É ridículo: duas estradas uma ao lado da outra, numa circula a vida real, na outra (auto-estrada) de quando em vez lá vem um automobilista.

3 comentários:

Alexandre de Sousa disse...

Venho solenemente anunciar que vai sair no próximo mês de Maio o meu primeiro livro.. CUMPLICIDADES é o seu titulo.

Anónimo disse...

Pois é, meu caro amigo, nós, portuguesinhos da silva, pensamos grande, à medida dos nossos sonhos mas, temos um defeito, somos pequeninos e não queremos crescer...Importante mesmo é obra que se veja, que encha os olhos e o orgulho e os bolsos dos do costume...se morrermos de fome, menos mal, era uma felicidade, sobraria o dinheiro para continuar a engordar os bolsos e a megalomania dos mesmos. Um beijo

Manuel disse...

Vamos lá a reflectir um pouco: progresso não é alcatrão! Quando tivermos o país rasgado de auto-estradas, não significará isso que tenhamos nem mais qualidade de vida nem sejamos melhores do que aquilo que somos. Há países na União Europeia que não investiram tanto em obras dessa natureza e não deixaram de mlheroar outros índices muito mais interessantes do que as auto-estradas.