
Vou confidenciar-vos. Como gostava de ter estado entre os conjurados, e trazê-los para os dias de hoje. Não era para acicatar os instintos gregários e nacionalistas, porque para esse peditório já muita gente contribuiu.
Gostava era de tomar de assalto qualquer varanda deste reino de opereta e, cheio de coragem, «defenestrar» alguns Miguéis Vasconcelos que por aí haja.
Começaria por um conjunto de iluminados da nossa Economia, aqueles que com os seus «pertinazes» comentários conduziram este reino à pasmaceira em que se encontra; uns quantos com muitas responsabilidades governativas; outros mais com ideias luminosas que só deram em barraca. Mais uns quantos tecnocratas que em 30 anos de actividade criaram um «monstro» voraz, uma máquina do Estado estúpida, ineficaz e gastadora.
Não deixaria a rir-se da miséria aqueles que se serviram do voto popular para chamarem a isto a sua coutada, que distribuíram pelos «clientes» os favores, os tachos...
E tantos Vasconcelos por aí, na Indústria, na Banca, no Comércio, no sector da energia. Todos esses que entregaram de bandeja o que restava da nossa autonomia económica aqui aos vizinhos do lado. Esses defenestrá-los não chegava, era preciso pôr-lhes um carimbo na testa - «VENDIDO».
E para não me acusarem da prática da eutanásia política, deixarei por conta dos eleitores esse golpe final, lá para Janeiro. Porque há actores que se esqueceram que o seu papel chegou ao fim.