quinta-feira, fevereiro 10, 2005

A campanha em todo o seu esplendor

Preparem-se. Todos os meios serão usados, todos os truques, todas as manigâncias. Tudo será feito até à exaustão, para que nem um voto se perca.
Os golpes baixos, os boatos, os desmentidos, o chorilho das perseguições, as juras e promessas. Nada ficará por experimentar neste tempo agressivo de falácias e de demagogia. O poder a qualquer custo, o poder que ensandece, que fascina e corrói.
Cada vez mais nos fica a sensação de que, apesar dos trinta anos de «democracia», os políticos prosseguem em tratar o povo eleitor como um povo infantil, parolo, sem juízo crítico, facilmente influenciável.
Ainda não será desta vez que teremos uma escolha séria, oportuna e a necessária. Quantos são os políticos que não temem a verdade dos factos? Quantos tomam o problema sério da situação portuguesa e buscam as respostas necessárias, ainda que para isso se exijam sacrifícios?
Uns prometem a distribuição da riqueza para a qual não apontam a fonte. Outros entretêm-se com a representação de seriedade e de competência. Mas projectos sérios, onde estão? Como resolverão o nosso eterno atraso económico e cultural?
Há dias ouvi uma história de espantar. Um cacique local, começou já a preparar os cabazes de mercearia para comprar votos. No Botsuana ou em alguma república das bananas bastará uma garrafa de cachaça.
Afinal, depois de Júlio Dinis e das eleições da Regeneração pouco mais se avançou. Triste fado o nosso.

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