Tenho saudades!
De todas as mensagens simples mas sentidas
inscritas neste muro de pedra
velho muro de Jerusalém onde
as lágrimas e os votos
de paz e de felicidade
anonimamente aguardam a vontade
dum deus
disposto a
salvar-nos.
aparipasso
Em busca de uma relação renovada com o mundo, as pessoas,os sentimentos,...com a vida.
segunda-feira, dezembro 01, 2014
segunda-feira, dezembro 17, 2012
A meu pai na eterna ausência
Hoje
vim depositar
a teus pés
este rosário
de coisas insensatas
destiladas de olhos enevoados da dor
da ausência
do nunca mais ser corpo vivo
riso abundante
energia do olhar
pulsar de vontades
fervilhar de sangue
hoje deponho
a teus pés a minha
eterna saudade
de te querer tanto
por te deixar partir
e não te resgatar a tempo
da ferocidade da treva
hoje limito-me
a sentir-te a partida
já cansado
da tua longa e tumultuosa jornada
aqui dobrado sobre o peito
com o rosto castigado da tua perda
adoço as lembranças que sempre me ficarão
da força do teu viver.
Hoje
vim depositar
a teus pés
este rosário
de coisas insensatas
destiladas de olhos enevoados da dor
da ausência
do nunca mais ser corpo vivo
riso abundante
energia do olhar
pulsar de vontades
fervilhar de sangue
hoje deponho
a teus pés a minha
eterna saudade
de te querer tanto
por te deixar partir
e não te resgatar a tempo
da ferocidade da treva
hoje limito-me
a sentir-te a partida
já cansado
da tua longa e tumultuosa jornada
aqui dobrado sobre o peito
com o rosto castigado da tua perda
adoço as lembranças que sempre me ficarão
da força do teu viver.
sexta-feira, fevereiro 03, 2012
Regresso a casa
Entrei no portão verde, a que a intempérie vai diluindo a cor. Ao lado do passeio, no tanque granítico, ainda jorra água,borbulhetando em cachos. Os limos ondulam como cabelos.
Depois desci as escadas rombas dos muitos anos e canseiras. Do meio do quintal, ermo, olho a massa cinzenta da casa, a longa varanda aberta a sul.
Vêm, a pouco e pouco, os rostos, as vozes que me acariciam a memória.
O que fica de nós após os tempos? Que marcas deixaremos grafadas na superfície das coisas?
Olho as portas, os objetos cobertos do pó e revejo os vestígios da tua presença, mãe.
Há três, três dolorosos anos que a tua ausência me deixa um vazio insanável.
Agora, a olhar para os espaços que habitaste, regressas subtilmente, como um afago terno e suave.
Por isso, mais do que o valor prático dos despojos, é inestimável a tua presença neles. Assim, sempre que posso, te revisito, aí, porque é aí que mais perto te sinto.
Até já, Mãe.
Depois desci as escadas rombas dos muitos anos e canseiras. Do meio do quintal, ermo, olho a massa cinzenta da casa, a longa varanda aberta a sul.
Vêm, a pouco e pouco, os rostos, as vozes que me acariciam a memória.
O que fica de nós após os tempos? Que marcas deixaremos grafadas na superfície das coisas?
Olho as portas, os objetos cobertos do pó e revejo os vestígios da tua presença, mãe.
Há três, três dolorosos anos que a tua ausência me deixa um vazio insanável.
Agora, a olhar para os espaços que habitaste, regressas subtilmente, como um afago terno e suave.
Por isso, mais do que o valor prático dos despojos, é inestimável a tua presença neles. Assim, sempre que posso, te revisito, aí, porque é aí que mais perto te sinto.
Até já, Mãe.
segunda-feira, maio 31, 2010
SPQR
Poema
SYMPOSIUM do Amor
O poeta chegou de pena em riste e escreveu:
- Amor é fogo que arde, arde…
- Pois arde, arde!...
no corpo, no bolso...
Comentaram os poetas amadores
De rosas e rimas.
Mas logo outros poetas
Mais desencantados
E tocados do agridoce sabor
do desamor que dói e se sente
Sopraram: um desapontado talvez...
um lampejo apenas…
Um cintilar esperançado…
um suave lume…
De verbo
aceso e inflamada
Rima, outros alvitraram um «incêndio»
Que queima em chama viva.
Mas os poetas cínicos
Tremeram de frio e disseram
Tudo se consumiu
E agora resta para tristeza e mágoa
apagado o pavio.
Manuel Guimarães
O poeta chegou de pena em riste e escreveu:
- Amor é fogo que arde, arde…
- Pois arde, arde!...
no corpo, no bolso...
Comentaram os poetas amadores
De rosas e rimas.
Mas logo outros poetas
Mais desencantados
E tocados do agridoce sabor
do desamor que dói e se sente
Sopraram: um desapontado talvez...
um lampejo apenas…
Um cintilar esperançado…
um suave lume…
De verbo
aceso e inflamada
Rima, outros alvitraram um «incêndio»
Que queima em chama viva.
Mas os poetas cínicos
Tremeram de frio e disseram
Tudo se consumiu
E agora resta para tristeza e mágoa
apagado o pavio.
Manuel Guimarães
segunda-feira, abril 07, 2008
Até os anjos comem feijões
Cada povo tem o céu que merece. Vejam só a caricatura de um anjo, tão roliço, tão pícaro....
E já agora, a nossa vidazinha política com tantos pícaros e bonifrates. Há os obesos, daquela gordura imensa, da sabugice, da visão estreita e tacanha, da miopia.
Por isso, o nosso idealismo está assim, preso a uma carne flácida, sem músculo, doente de inércia, de falta de jeito e de gosto.
sábado, abril 05, 2008
Esta espécie de nevoeiro
Pessoa, no estrebuchar da 1.ª Republica, disse: «Nem rei, nem lei nem paz nem guerra»...
E, hoje, uma sensação em parte semelhante nos domina. Já não é a nostalgia de um rei saído das brumas, nem dum caudilho mais ou menos musculado que nos faz falta. Mas, então, o que será?
Creio que neste século novo que há pouco se inaugurou já não se esperava que esta nação adulta enfermasse de pueris maleitas, de achaques próprios de imberbes países que não sabem quem são nem para onde vão.
Mas que mágoa no fundo chora? Que insastifação nos domina e nos ameaça quebrar o ímpeto?
Nas retinas desfilam imagens. Algumas são ferros rubros que nos fazem sangrar na carne e deixam marcas terríveis. Amanhã estarão por aí disseminadas por todas as janelas do ciberespaço. E todos reverão o fiasco em que se tornou um país que quis passar sem a obrigação dos pais educarem os seus filhos e lhes transmitirem as regras básicas de estar numa sociedade que só pode funcionar com regras.
segunda-feira, março 17, 2008
Não será a orientação? Diga lá!
Um mineiro começou a pesquisar água na sua pequena horta, à beira-mar plantada. escavou, escavou e nada. Mesmo ao lado o seu hermano nadava em felicidade e proventos: o seu poço jorrava com saciedade.
- Olhe aí, ó entendido.Não será uma questão de orientação? Não será mais ao lado, o filão que nos há-de saciar a sede?
- Olhe aí, ó entendido.Não será uma questão de orientação? Não será mais ao lado, o filão que nos há-de saciar a sede?
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